A ESTRUTURA DO COSMOS em PDF se preferir 



_ A ESTRUTURA DO COSMOS

_________ POR

_ EDUARDO ABÍLIO DA SILVA










_ EDIÇÃO DO AUTOR
_ LISBOA -1976
_ A ESTRUTURA DO COSMOS



_ Vamos analisar um bocado do Espaço infinito com o
volume de milhares cúbicos de anos-luz, cheio de
matéria-energia (mais matéria que energia) formada
por biliões de mundos mortos como, por exemplo, a
Lua.
_ Este conjunto está a uma distância de milhões ou
mesmo biliões de anos-luz de qualquer outro conjunto
ou galáxia. Tem dois movimentos principais. Um em
torno de um eixo. Outro em direcção a um ponto do
Espaço.
_ Toda a matéria tende a juntar-se num centro pela
Lei da Atracção Universal. Em interdependência
com a atracção existe uma pressão na matéria. Dá-se,
portanto, uma contracção da matéria.
_ Os átomos que constituem essa matéria são, em
grande maioria, átomos estáveis e metais pesados.
Essa matéria está, na sua maior quantidade ou até
mesmo na sua totalidade, no estado sólido.
_ A temperatura neste conjunto baixa constantemente
e aproxima-se do zero absoluto. Com a aproximação da
temperatura do zero absoluto as pressão e atracção
na matéria, mesmo a nível atómico, diminuem e tendem
também para zero.
_ Quando a temperatura do zero absoluto for atingida
dar-se-á uma descontracção da matéria com uma
desagregação da estrutura atómica. As partículas dos
átomos, sejam de que átomos forem, separar-se-ão e
ficarão desagregadas no Espaço.
_ Portanto toda a matéria, que era formada pelos

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elementos mais variados da Tabela Periódica dos
Elementos numa miscelânea, fica transformada num
conjunto de protões e electrões, pois até os
neutrões se desagregarão.
_ É também provável que a temperatura do zero
absoluto seja ultrapassada (considero isso possível,
pois admito a existência, nesse caso, de uma pressão
negativa ou repulsão).
_ Se a temperatura do zero absoluto for ultrapassada
dar-se-á uma repulsão (pressão negativa) de todas
as partículas atómicas entre si e a desagregação
atómica a nível nuclear será muito mais rápida e
eficiente.
_ Mas, com ultrapassagem ou não da temperatura
do zero absoluto, a desagregação atómica, mesmo a
nível nuclear, dar-se-á sempre.
_ Com esta desagregação dá-se uma expansão da
matéria no Espaço e assim o volume primitivo da
matéria aumentará provavelmente centenas ou mesmo
milhares de vezes.
_ A separação de todas as partículas atómicas umas
das outras será tanto maior quanto mais tempo
estiverem expostas a temperaturas iguais ou inferiores
ao zero absoluto.
_ Fica, portanto, uma massa gasosa formada por
protões e electrões.
_ Este conjunto de matéria-energia antes da
desagregação era potencialmente mais matéria que
energia. Depois da desagregação passou a ser
potencialmente mais energia que matéria.
_ Antes da desagregação era formado por átomos
numa grande maioria estáveis e metais pesados que
constituíam matéria que estava, na sua maior parte
ou na sua totalidade, no estado sólido. Depois da
desagregação passou a ser formado, na maior parte

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ou até na sua totalidade, por protões e electrões
num estado gasoso.
_ Este conjunto de protões e electrões continua a
ter dois movimentos principais. Um em torno de
um eixo. Outro através do Espaço infinito.
_ Continua a estar a uma distância de milhões ou
mesmo biliões de anos-luz de qualquer outro conjunto
ou galáxia.
_ Todas estas transformações são muito lentas e
levam milhares ou milhões ou mesmo biliões de
séculos a processarem-se. Mas o tempo é infinito e
não nos interessa considerá-lo. Só nos interessa ter
em atenção a lentidão e harmonia com que se
processam.
_ Ora o conjunto de protões e electrões forma uma
nuvem gasosa em expansão que, como já disse,
potencialmente tem muita energia.
_ Em determinado momento, por qualquer circunstância
(talvez até pela ultrapassagem da temperatura do
zero absoluto e repulsão entre as partículas
atómicas da matéria desagregada), surge a faísca que
faz explodir a nuvem numa eclosão fantástica.
_ A nuvem fragmenta-se em biliões de pedaços de
variados tamanhos que são projectados em todas as
direcções, formando assim estrelas também de vários
tamanhos e potências.
_ As estrelas são projectadas segundo uma
trajectória mais ou menos em espiral consoante as
velocidades dos dois movimentos principais que tinha
a nuvem no Espaço.
_ Esta projecção dá-se a uma velocidade fantástica,
fazendo com que as estrelas se afastem umas das
outras em todas as direcções a partir do centro da
nuvem. Digo a partir do centro porque, mesmo que
a faísca que originou a explosão tivesse sido numa
ponta, a reacção propagava-se instantaneamente a

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toda a nuvem e com certeza seria no centro que
atingiria temperaturas mais elevadas e
consequentemente uma reacção mais violenta.
_ Ora não nos devemos esquecer de que a atracção
da matéria, ou antes, dos protões e electrões da
nuvem era nula ou até mesmo negativa (repulsão)
em virtude de a temperatura estar no zero absoluto
ou mesmo ser menor.
_ Com a explosão deu-se uma libertação enorme de
energia e a temperatura passou de repente do zero
absoluto para um valor fantástico.
_ Em consequência disso também a atracção entre
estas estrelas agora formadas e entre os protões e
os electrões, que estava no zero, passou de repente
para um valor positivo e enorme.
_ Portanto a separação e o afastamento entre as
estrelas, originados pela explosão primitiva e
auxiliados pelas reacções nucleares,
são contrariados ou travados pela atracção que,
como disse, passou a ter um valor positivo e enorme.
_ Assim todas as partículas atómicas que formam
as estrelas tendem a unir-se e a formar átomos e a
enfraquecer a velocidade de separação entre as
estrelas, pela atracção.
_ O valor de atracção entre todas as partículas
atómicas, mais concretamente entre electrões e
protões, que era negativo ou nulo, passou de repente
para um valor positivo fantástico, como já disse.
_ Assim os protões atrairão os electrões que se
precipitarão sobre eles a uma velocidade louca, pois
estavam a uma distância muito grande uns dos outros.
_ Vejamos o que se passa com as partículas atómicas.
_ Não nos devemos esquecer de que todas as
partículas atómicas, embora com trajectórias muito

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variadas, viajam no Espaço, a uma velocidade
fantástica.
_ Ora desta maneira, as partículas mais pesadas,
portanto os protões, devido à inércia difícil de
vencer arrastarão os electrões muito mais leves que
eles e impor-lhes-ão uma trajectória à sua volta.
_ Assim serão os electrões que se precipitarão sobre
os protões e não o contrário.
_ A tendência de todas as partículas atómicas será
para a estabilidade máxima que será conseguida
quando um electrão se juntar a um protão formando
um neutrão.
_ Vejamos o que acontece no átomo mais simples,
o prótio.
_ Se o protão estivesse parado no Espaço dar-se-ia
uma precipitação do electrão sobre o protão e um
choque tremendo com projecção do electrão noutra
direcção e consequente afastamento.
_ Voltaria a ser atraído, chocaria de novo e
voltaria a afastar-se.
_ E assim sucessivamente até perder, através do
tempo ou por qualquer circunstância, a distância
de afastamento que iria diminuindo constantemente
até se transformarem num neutrão.
_ Mas o protão não está parado e não está sozinho.
Viaja no Espaço a uma velocidade fantástica e
está acompanhado de muitas partículas atómicas
em constante reacção.
_ Assim, em determinado momento, o protão atrai
o electrão para um ponto do Espaço onde já não
está no momento seguinte.
_ No momento seguinte atrai o electrão para outro
ponto do Espaço em que estava mas no qual deixa
de estar no outro momento seguinte.
_ E assim sucessivamente.

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_ Ora temos de considerar também uma certa inércia
na resposta do electrão à atracção do protão.
_ Se não houvesse essa inércia e a resposta fosse
instantânea, o electrão chocaria com o protão.
_ Assim é provável que não choque.
_ Na minha opinião o choque entre os protões e os
electrões da primeira orbital dá-se sempre e é esse
choque que produz a energia.
_ Consoante for a distância que separa um electrão
do seu protão, assim será a violência do choque e a
consequente produção de energia.
_ Entre um protão e um electrão, a distância, o
choque, o ressalto, a temperatura e a energia
produzidas são directamente proporcionais, embora
sejam variáveis, isto é, poderem variar de momento
a momento com o tempo ou por qualquer outra
circunstância.
_ De qualquer forma, chocando ou não, o electrão
percorre uma orbital em torno do protão e cria um
campo de energia.
_ Também não é obrigatório que seja sempre o mesmo
electrão para o mesmo protão.
_ Pode, por assim dizer, dar-se uma troca de
electrões na orbital.
_ E também pode acontecer em determinado conjunto
de partículas atómicas haver mais electrões que
protões ou vice-versa.
_ O que tenderá a dar-se é um equilíbrio entre os
protões e os electrões de forma a que num
determinado momento cada protão tenha um electrão em
orbital.
_ A orbital dum átomo tem uma energia fantástica,
pois um electrão é um bólide em movimento e evita
a junção dos núcleos dos átomos entre si.
_ A distância entre dois electrões nunca poderá ser

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inferior a um determinado valor de repulsão entre
eles.
_ A estrutura atómica dum átomo de prótio só poderá
ser desfeita por fusão nuclear ou por introdução de
um neutrão que no fundo também é uma fusão nuclear
talvez menos violenta.
_ A distância entre dois protões também nunca poderá
ser inferior a um determinado valor de repulsão
entre eles.
_ Evidentemente esta distância poderá ser diferente
da dos electrões, pois a massa destas duas espécies
de partículas atómicas, electrões e protões, também
é muito diferente.
_ Em contrapartida os neutrões podem andar
livremente entre os protões, os electrões e eles
próprios sem necessidade de manterem qualquer
distância mínima.
_ Poderão também chocar quer com os electrões,
quer com os protões, quer mesmo com os próprios
neutrões.
_ Portanto são uns desgraçadinhos que, quando
sozinhos no Espaço, estão a levar pancada por todos
os lados com prejuízo para a sua estabilidade e só
ficarão descansados quando aprisionados num
núcleo (talvez protegidos pelos protões).
_ Nos átomos que têm mais de um protão no núcleo,
os protões distribuem-se numa rede tridimensional
de malha igual no núcleo, envolvidos por outra rede
tridimensional de malha igual de electrões. Estas
duas redes evidentemente não têm necessidade de
terem malhas iguais entre si.
_ Estas redes até devem ser diferentes. Talvez maior
a dos electrões, pois, embora a carga eléctrica
seja igual entre protões e de sinal contrário à dos
electrões, os protões têm uma massa muito maior e

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a repulsão entre eles é contrariada pela atracção
das suas massas.
_ Os neutrões não obedecem a nenhuma obrigação
de rede tridimensional, mas podem ser aprisionados
no núcleo, talvez pelo choque dos electrões.
_ Não têm também necessidade de manterem qualquer
distância entre protões, electrões e eles próprios,
como já disse.
_ A distância entre electrões e protões varia com a
temperatura, variando também a distância das malhas
das redes tridimensionais respectivas.
_ Quando um electrão se aproxima de um protão,
por enfraquecimento da energia que os separa ou
por qualquer outro motivo, vai diminuindo o poder
magnético de ambos até atingir o zero com o encontro
de ambos.
_ Assim também a força de repulsão de ambos vai
enfraquecendo até atingir o zero quando se
transformam em neutrão.
_ Nos átomos com mais de uma orbital, cada orbital
é um campo de energia, pois os electrões que a
formam tendem a precipitar-se no núcleo e acompanham
os movimentos dos electrões da primeira orbital não
podendo ir mais além por causa da repulsão entre
todos.
_ Formam assim, como já disse, uma rede
tridimensional em movimento tanto mais violento
quanto maior for a distância entre o núcleo de
protões e a rede de electrões.
_ Vejamos agora o que se passa com as estrelas.
Uma estrela quando se forma não é mais que um
fragmento em fogo da nuvem gasosa que lhe deu
origem.
_ É uma esfera de fogo constituída por protões e
electrões que iniciaram uma cadeia de reacções
nucleares, pois como já disse, o valor da atracção

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entre todas as partículas atómicas que era negativo
ou nulo, passou de repente para um valor positivo
fantástico e assim os protões atrairão os electrões
que se precipitarão sobre eles a uma velocidade
louca, pois estavam a uma distância muito grande uns
dos outros.
_ Estas reacções nucleares sucedem-se por uma
determinada ordem.
_ Assim, primeiro forma-se o hidrogénio. A seguir
por fusão nuclear forma-se o hélio. Depois o lítio, o
berílio, o boro, o carbono, etc., numa geração
sucessiva dos elementos da Tabela Periódica dos
Elementos, passando, como é óbvio, por todos os
átomos diferentes do mesmo elemento, como por
exemplo, no caso do hidrogénio, o prótio, o
deutério, o trítio.
_ Evidentemente não se dá uma transformação ordenada
e completa do hidrogénio em hélio, do hélio em lítio
e assim sucessivamente, mas sim um amálgama
simultâneo dos elementos atómicos que forem sendo
gerados com fusões e fissões nucleares.
_ Assim continuará a haver fusões de hidrogénio
simultâneas com fissões de átomos mais pesados.
_ Provavelmente os átomos mais pesados, em virtude
da atracção da matéria, tenderão a ir para o
núcleo da estrela.
_ Haverá portanto um predomínio de fissões nucleares
no centro da estrela e um predomínio de fusões
nucleares na sua superfície.
_ Na superfície da estrela gerar-se-ão átomos
pesados que irão para o centro. No centro
gerar-se-ão átomos leves que irão para a superfície.
_ A estrela projecta constantemente no Espaço uma
enorme quantidade de matéria-energia, sendo mais
energia que matéria.
_ A sua trajectória no Espaço, embora tenha sido
projectada mais ou menos em espiral, aproxima-se

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muito da linha recta, pois essa espiral é uma
espiral muito aberta.
_ Com o tempo e a projecção no Espaço de
matéria-energia, as reacções nucleares vão
enfraquecendo, enfraquecendo assim a potência da
estrela.
_ A pouco e pouco a superfície da estrela vai
arrefecendo até se extinguirem as reacções nucleares
nessa superfície.
_ A extinção das reacções nucleares dá-se num ponto
da superfície da estrela e aumenta lenta e
progressivamente até chegar a um hemisfério e
continuando até cobrir a superfície toda.
_ Esta extinção lenta e progressiva faz variar a
trajectória da estrela que passa progressivamente a
parabólica.
_ A estrela vai-se transformando progressivamente
num cometa. Quando estiver um hemisfério da estrela
sem reacções nucleares e outro hemisfério com
reacções nucleares temos um foguetão espacial.
_ O cometa lentamente fabricado precipita-se para
a estrela de que sofrer maior atracção.
_ Progressivamente também transforma-se em planeta
primário, passando a sua trajectória pouco a pouco
a elíptica.
_ O que atrás disse passar-se com os átomos, com
mais propriedade se passa na atracção dos cometas
e planetas por uma estrela. Assim em determinado
momento a estrela atrai para um ponto do Espaço
onde já não está no momento seguinte. E assim
sucessivamente de momento a momento.
_ O núcleo do planeta primário continua com reacções
nucleares e é envolvido por uma crosta que vai
arrefecendo progressivamente até solidificar.
_ Depois da crosta superficial solidificada, é
natural que o núcleo continue a arrefecer e a

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separar-se da crosta, dando uma estrela interior.
Esta estrela interior continuará sempre a arrefecer
até se extinguir.
_ Se a estrela for muito grande poder-se-ão formar
crostas sucessivas.
_ Uma estrela mais potente ficará com vários
planetas primários que continuarão a arrefecer e
tenderão a despenhar-se na estrela até à extinção
desta.
_ Com a extinção desta estrela potente o conjunto
será atraído por outra estrela ainda mais potente
e os planetas primários ficarão a ser satélites ou
planetas secundários daquela estrela agora
transformada em planeta primário duma estrela ainda
mais potente (transformação essa que passa primeiro
por cometa).
_ E assim sucessivamente de uma estrela a outra
estrela cada vez mais potente.
_ A trajectória dum planeta primário é elíptica e
passa progressivamente a circular, com a passagem
de planeta primário a planeta secundário.
_ Assim como as partículas atómicas tendem a
juntar-se pela atracção e perda de energia entre
protões e electrões formando neutrões, também as
estrelas resultantes da explosão da nuvem gasosa
primitiva, por perda de energia e pela Lei da
Atracção Universal, tendem a juntar-se e a
transformar-se em planetas secundários, numa
sucessão contínua que começa na estrela mais fraca
e acaba na estrela mais potente.
_ Estes mundos mortos juntar-se-ão num bocado
do Espaço infinito e este ciclo repetir-se-á
eternamente neste e num número infinito de bocados
do Espaço infinito.
_ Vamos agora ver o que acontece nos planetas
primários.
_ Um planeta primário é formado por elementos

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variados da Escala Periódica dos Elementos que
procuram uma estabilidade máxima agregando-se uns
aos outros.
_ A sua crosta e o seu núcleo vão arrefecendo
progressivamente.
_ Tem uma atmosfera formada por variados gases.
Também projecta no espaço matéria-energia, mais
matéria que energia, quase toda proveniente da sua
atmosfera.
_ Com o arrefecimento, que se processa duma forma
bastante lenta, originam-se condições propícias
ao aparecimento da Vida.
_ A Vida aparece provavelmente na atmosfera por
descargas eléctricas. Aparece simultaneamente em
grandes conjuntos e vai-se depositando na superfície
do planeta.
_ Entretanto através do tempo, a temperatura baixa,
a atmosfera modifica-se e também se vai perdendo no
Espaço, pelo que a pressão por ela exercida sobre a
superfície vai diminuindo.
_ A vida agrupa-se em seres cada vez mais complexos,
formados por conjuntos de outros seres mais
simples, numa arquitectura fantástica, chegando a
haver seres formados por biliões de outros seres
rudimentares.
_ Evolui em mutações constantes.
_ As mutações dão-se por grupos, ficando sempre
parte desses grupos por mutar.
_ Complica-se numa variedade fantástica de ramos
ao acaso, embora coordenados por uma inteligência
e tende para a realização de um ser perfeitíssimo.
_ Esta evolução começa por seres pouco diferenciados
da matéria inorgânica, passa por plantas e animais
numa variedade enorme, macacos, Raça Negra,
outras Raças, Super-Homens, até atingir um Ser
ideal e perfeito.

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_ O aparecimento da Vida numa forma primitiva e
rudimentar continua sempre a processar-se, mesmo
quando já existem seres muito complexos.
_ Desta maneira começam a surgir várias cadeias de
vidas mescladas umas com as outras e unidas num
conjunto harmonioso com benefício para todas.
_ A Vida vai evoluindo numa adaptação constante
às variações do ambiente.
_ A forma e estrutura dum ser ficam registadas na
matéria, mas tem de haver uma inteligência
organizadora e controladora da vida dessa estrutura
e criadora de mutações, que fique gravada em
qualquer suporte fora da matéria para poder
sobreviver a todos os cataclismos que estão
constantemente a surgir e que contenha também toda a
informação recolhida através da experiência para uma
boa compreensão de todos os problemas que surgem na
realização de um Ser perfeito e ideal.
_ Assim, entre o nada e a matéria, espalhada de uma
forma contínua por todo o Espaço infinito, existe
uma coisa que se interpenetra a si própria e
interpenetra a matéria. Chamemos-lhe Éter.
_ O Éter serve de suporte a um infinito número de
gravações que vão sendo feitas pelos seres mortais
e mutáveis num número infinito de pontos do mesmo.
_ Cada ser está portanto ligado por um ponto da
sua matéria a um ponto do éter onde regista toda
a sua vida.
_ Esses dois pontos estão ligados por sobreposição
ou por qualquer cordão.
_ Quando o ser morre dá-se a ruptura entre estes
dois pontos e, seja qual for a morte de que o ser
morra, mesmo por fusão ou fissão nuclear, dar-se-á
essa ruptura e o registo fica intacto, podendo ser
continuado por outro ser que nasça.

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_ Note-se que num ser complexo, como o Homem,
por exemplo, formado por biliões de outros seres
em perfeita harmonia, há uma ligação a um registo
principal que coordena o correcto desenvolvimento
da vida do ser e também há biliões de ligações a
outros registos em correspondência com todos os
seres que fazem parte do indivíduo.
_ Estes registos são Almas Viventes (Espíritos
encorporados) e Espíritos.
_ Estes Espíritos (encorporados ou desencorporados)
sempre existiram, pelo menos em potência, no
Espaço infinito e sempre hão-de existir.
_ Começaram evidentemente num estado virgem e
passaram por fases sucessivas de gravações.
_ Assim principiaram numa fase irracional e passaram
sucessivamente a fases semi-racionais, racionais,
super-racionais, até atingirem a Suprema Perfeição,
numa recolha constante e numa constante acumulação
de informações. A certa altura confundem-se com o
indivíduo.
_ A Vida num planeta aparece em grupos. Esses
grupos crescem e propagam-se pelo planeta.
Estendem-se por outros ambientes e sofrem mutações
dando origem a novos grupos ou espécies.
_ Estes novos grupos crescem e expandem-se pelo
planeta e sofrem mutações originando novas espécies.
_ E assim sucessivamente numa miscelânea de
espécies.
_ Quando se dá uma catástrofe os seres sobreviventes
adaptam-se às novas condições que porventura surjam
e vão dando continuidade a um conjunto de espécies.
_ Como já disse, a temperatura, a atmosfera, a
pressão superficial e outras condições dum planeta
vão-se modificando, continuamente.

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_ A atmosfera também se vai perdendo na sua
trajectória através do Espaço. Esta trajectória
também se vai modificando.
_ Todas estas modificações processam-se muito
lenta e ordenadamente.
_ Toda a Vida existente no planeta vai acompanhando
estas modificações e adaptando-se passo a passo,
com mutações, às novas condições surgidas.
_ Estas mutações são muito lentas e os seres
modificam-se progressivamente, muitas vezes por
atrofia de certos órgãos que vão sendo
desnecessários e desenvolvimento de outros.
_ A atmosfera, como se vai perdendo, tende cada
vez mais para zero.
_ Os líquidos vão-se evaporando, fazendo assim parte
da atmosfera e consequentemente também se vão
perdendo.
_ A Vida vai progressivamente tendo mais dificuldade
em subsistir e acaba por desaparecer. Começa com o
fogo e uma atmosfera enorme, atinge um auge e acaba
com o frio e uma falta de atmosfera.
_ O planeta transforma-se, a pouco e pouco, num
planeta morto e estéril.
_ A evolução da Vida, em todos os planetas, passa,
com ]ligeiras variações, pelas mesmas fases.
_ Portanto o ciclo da vida que se processa num
planeta é, com ligeiras variações, igual em todos os
outros.
_ No entanto esses ciclos são tanto mais amplos e
perfeitos quanto maior e mais potente for a estrela
do sistema e quanto maior for o planeta.
_ Cada sistema estelar é como um átomo e uma
galáxia é como um bocado de matéria formada por
esses átomos que se vão transformando através do
tempo em átomos cada vez mais pesados.
_ A vida duma galáxia, desde a explosão da nuvem

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gasosa primitiva em miríades de estrelas, até à
junção dos planetas mortos e a sua transformação
outra vez em nuvem gasosa, é um ciclo que, como
já frisei, se repete eternamente numa infinidade de
bocados do Espaço infinito, em momentos coincidentes
ou não do Tempo também infinito.


_ 20 de Setembro de 1975


_ Estes assuntos são muito complexos e difíceis de
perceber. Mas pensem bem no seguinte:
_ Não tentem compreender Deus sem compreenderem o
Universo.
_ O Tempo é infinito no Passado e no Futuro.
_ O Espaço é infinito em todas as direcção e não
pode deixar de sê-lo.
_ A Matéria-Energia e os Espíritos sempre existiram
e sempre hão-de existir dentro do Espaço e até
talvez, na mesma quantidade.
_ Em tudo isto nunca houve Princípio nem nunca
haverá Fim.
_ E o nosso Espírito é eterno.


______ Eduardo Abílio da Silva

__________PORTUGAL




_ TIPOGRAFIA DE NARCISO CORREIA

_ LISBOA




_ MOVIMENTO E TRAJECTÓRIA DOS ASTROS

_ Uma Estreia tem origem numa explosão. É projectada
a uma velocidade fantástica e constante. A sua
trajectória aproxima-se muito duma linha recta.
Produzem-se constantemente reacções nucleares em
todas as direcções que se equilibram e não dão
qualquer variação de velocidade. No entanto, a
Estrela começa a ser atraída para um ponto
(provavelmente por uma Estrela maior). A sua
trajectória tende para hiperbólica e o seu
movimento tende para uniformemente acelerado.
_ A Estrela a pouco e pouco vai-se extinguindo e
transformando num Cometa. Vai adquirindo uma
aceleração própria originada pelas reacções
nucleares opostas à superfície extinta. A aceleração
aumenta lentamente, atinge um auge e diminui também
lentamente, pois passa a ser proveniente da atracção
que sofre e das reacções nucleares desequilibradas
que produz. A trajectória do Cometa assim lentamente
formado tende para parabólica e o seu movimento
tende para uniformemente variado. No ramo da
parábola que descreve quando se aproxima do ponto de
atracção tem um movimento uniformemente acelerado.
No outro ramo tem um movimento uniformemente
retardado.
_ Quando o Cometa se transforma em Planeta deixa de
ter aceleração própria. Assim, o Planeta passa a
ter uma trajectória elíptica que tende para circular
e um movimento uniformemente variado que tende para
uniforme.
Quando descreve a semi-elipse que o aproxima do
ponto de atracção tem um movimento uniformemente
acelerado.
Quando descreve a outra tem um movimento
uniformemente retardado. Quando passa a descrever
uma circunferência (talvez já como Planeta
Secundário) tem um movimento que tende para
uniforme.

. . . . . . . . . . . . .

( Extraído de um livro )