À JANELA

 

Por cima dos que olham da janela,

a manta morta e outonal

tomba de um céu lentificado. Um

bocado, apenas. Uma rua.

 

O tempo que vem do fim do mundo,

cujo centro está em todo o lado,

traz as cores ausentes da memória

lá tão longe

             num longo vapor metalizado.