NA TARDE ENEVOADA

 

Na tarde enevoada

existes.

Na tarde branca, és tu.

Não vejo fogo, mas sangue incandescente

em maio.

Não falarei do que é mortal,

nem do abraço que vem da tempestade,

nem daquilo que pensa o céu aberto,

no azul cinzento desta hora.

Tremem os sons da tarde antiga

deitada no Mondego:

sob o signo do beijo que te dou,

dir-me-ão quem és.