Tristeza
05/06/01
Parei! Tive mesmo que parar!
Tanta verdura! E ao longe, o canto de um pássaro me despertava o olhar.
Queria saber onde ele estava.
Olhava à minha volta, me perdia no bamboar das folhas das árvores e não o encontrava.
Onde estaria ele?
De certo, num lugar seguro onde ninguém lhe podia tocar.
E eu ali, nada segura de mim, correndo perigo, o perigo que qualquer mulher corre, quando se vê sozinha, o perigo da solidão.
As folhas caiem e eu olho, estão tão sozinhas como eu.
Mas vejo alguém ao longe, animo-me, é alguém que se aproxima arrastando os seus chinelos fazendo um barulho ensurdecedor.
Olho em frente e vejo um velho mal vestido, com ar de quem já trabalhou muito, mas até ele se afasta e lá fico eu novamente sozinha.
Nem o pássaro já consigo ouvir, a solidão tomou conta de mim, tudo ficou mais triste e, apenas na minha frente, vejo uma rua antiga e sombria. Uma rua sem ninguém! Onde tudo é tão velho! Tão triste!
O silêncio é grande e, dentro desse silêncio, apenas escuto o barulho das folhas e o zumbir do vento sussurrando ao meu ouvido!
Estou triste!