Números para a eternidade

 

ATENÇÃO: Este texto é longo e contém questões que podem ferir as sensibilidades dos leitores. Não se recomenda este email a leitores hipersensíveis ou com problemas de compreensão ou ainda para quem ter espirito livre é apenas uma forma bonita de escrever. Para os que se aventurarem na leitura que o façam com espírito livre, de forma responsável e com grande "religiosidade". Como disse alguém: "É com espírito livre que se sobem as montanhas..."

Por mais anti-romântico que seja, nós e tudo o que existe no e/ou nos universos é feito de números representados por equações ou conjunturas de ambos. Antes de explicar essa afirmação terei que fazer uma incursão sobre o que é a alma. Assim a alma de um qualquer corpo (consciente ou inconsciente) é a própria definição do corpo. Ou seja, a alma é uma conjuntura de 3 envolventes. Assim se pode definir a alma como: física (as formas do corpo), espacial (a posição ocupada pelo corpo no espaço) e estrutural (o envolvimento celular do corpo). Iremos de seguida definir cada uma dessas 3 conjunturas mais detalhadamente:

Alma física: Quando se olha para um corpo e se sente a sua alma física, sentimos a sua forma. A sua forma que é um maranhão de curvas e rectas formando figuras geométricas, as quais nos perceptam ao lugar comum, tais como: cilindros, cones, pirâmides, cubos, etc.. Cada uma dessas figuras geométricas pode ser representada por números e equações ou conjunturas de ambos.

Alma espacial: O corpo ocupa um determinado momento no espaço. Quando se olha para um corpo, sentimos a sua moldura no espaço que o rodeia. Podemos sentir a sua posição. Um corpo em cima de um banco tem um ângulo completamente diferente do que se estiver em cima de uma mesa. Se subir por uma escada é completamente diferente do que se descer por essa mesma escada. Um objecto no espaço tem um visual completamente diferente se for visto de um ponto qualquer da terra ou se for visto de um ponto qualquer do espaço respectivamente. Essa ocupação no espaço nós a transformamos em equações matemáticas. Por exemplo: Um qualquer objecto que esteja em qualquer parte do espaço nós podemos definir esse objecto como ocupando a posição x, y, z, relativamente a outro ponto (não necessariamente poder ter partido do ponto 0). E esse mesmo objecto tem as suas característica geométricas bem definidas no espaço. Poder-se-á representar em 4 dimensões como, x, y, z, t (t = unidade de tempo), ou como qualquer espaço de qualquer dimensão. Continuamos a ter equações matemáticas.

Alma estrutural: Talvez esta seja mais difícil de sentir pelo simples facto de não parecer visível a olho nu e de ter envolvimento técnico de difícil compreensão. De qualquer forma fica aqui uma breve introdução de forma que se possa entender o seu conceito. Assim uma célula é constituída por um núcleo (caryon em Grego), onde se encontra a maior parte do seu material genético (DNA e RNA). Esse núcleo é envolto por uma dupla camada de membrana que contém poros (complexo do poro) que permitem a comunicação selectiva entre o interior do núcleo e o citoplasma que o envolve. O citoplasma (ou citosol) é o local onde ocorrem a maioria dos processos metabólicos celulares. No citoplasma, por exemplo, de seres eucariontes podem ser encontrados diversos núcleos, cada qual realizando funções específicas e contando, para isso, com diferentes composições químicas e baterias enzimáticas (para mais informações ver na web sobre células). Ora essas composições químicas interagem de forma matemática através de conjuntos de complexas equações. Obviamente que para cada espécie de ser vivo existe a sua "célula". Mas a essência é sempre a mesma. A forma da interacção dos compostos químicos é de forma matemática. Por exemplo o composto H2O é decomposto em 2 moléculas de H (Hidrogénio) + e 1 molécula de O (Oxigénio) e cada um desses elementos são representados por um número, o chamado número atómico (o número atómico do H é 1 e o do O é 16). E assim para todos os elementos fundamentais da tabela periódica. A conjugação desses compostos é por meio de equações matemáticas (equação do H2O: H2 + O à H2O). O nosso "superior" pensamento é composto de pequenas células que trocam fluídos entre si. Podemos então dizer que pensamos porque equações e números de caracter complexo nos fazem a razão. Quando fazemos sexo, todas as descrições anteriores fazem parte do mesmo acto. Pensamento (estrutural: por exemplo: células), acto (espacial: por exemplo: localização do acto ou forma do acto) e envolvência (física: por exemplo: 2 cilindro um semioco e outro aberto, penetrando um no outro). No caso de uma rocha de granito por exemplo: Uma rocha de granito é composta fundamentalmente por quartzo e feldspato alcalino (ortoclase, plagioclase sódica) podendo ter uma ou várias micas. É uma rocha ácida sob o ponto de vista petrológico, por apresentar um alto teor em sílica (entre 60-80%). Ora todos estes compostos são conjuntos de fórmulas químicas que por sua vez são representados por números e equações matemáticas.

Assim a definição da alma é imediata, ou seja, em forma matemática de soma (Alma Física + Alma Espacial + Alma Estrutural) e como tal poderemos sentir a alma de um corpo, consciente ou inconsciente, como emaranhado de equações mais ou menos complexas e de grande rigor numérico. Assim se prova (justifica-se) a afirmação: "Nós e tudo o que existe no e/ou nos universos é feito de números representados por equações ou conjunturas de ambos".

Obviamente que toda esta descrição é racionalmente de fórum cientifico / matemático. E como é óbvio não é de todo a "verdade". Sabemos que é difícil quantificar a alma de um ser vivo ou objecto. Os homens precisam de sonhos. Os homens precisam de segurança que os faça ser homens e não conjunturas de números e de equações, frias, intratáveis e de extrema dificuldade de compreensão. Tudo o que nos rodeia, incluindo nós mesmo, veio do mesmo local. Uma singularidade que jorrou num determinado momento de um buraco branco.

Dirão alguns: E o Hitler? E o Bin Laden? E o César? E ... Jesus Cristo? E cada um de nós em particular? Se fossemos equações e números seriamos todos iguais. Claro que a resposta seria: Impossível pelas leis que regem a física. Existe uma lei fundamental da física que diz mais ou menos isto: "É de todo impossível que qualquer corpo ocupe o mesmo espaço que outro corpo". Com efeito e perante esta lei da física fundamental e imutável, todo o corpo existente é único e original e ocupa um e apenas um determinado espaço. As equações como é obvio variam. Ainda podem argumentar outros que os clones são iguais e portanto de equações iguais. Mais uma vez um clone por mais igual que seja, não pode ocupar o espaço do original ou de qualquer cópia, logo as equações são naturalmente diferentes. Poderíamos entrar aqui no debate do espiritismo. Ou no tratamento do espirito. Mas dizem os entendidos (espiritas, espiritualistas, umbandistas, etc.) que as regras são de todo semelhantes às regras da física. (ver na web sobre espiritismo).

Não trata este email de discutir as relações matéria, energia e espirito. O que se pretende apenas com este email não é afirmar categoricamente que a verdade é esta ou apenas dizer: "Aqui está a verdade numérica dos corpos". Não, o que se pretende é só e apenas só alargar o ser para lá do mundano quotidiano. Algo que nos inspira ao espirito livre. Algo que nos faça fazer parte de um todo, de um ou de mais universos, a que de facto pertencemos, e não apenas seres finitos em constante rotação genética ou espiritual, mentalizados num ente superior que nos diz: "Eu vos criei. Vocês existem. E agora façam-se existir seja lá de que forma for".

wolcit

"Se um beijo é um erro estatístico, o amor é uma sombra chula"


domingo, 2 de Maio de 2004 23:49