A ESTRUTURA DO COSMOS em PDF se preferir
_
A
ESTRUTURA
DO
COSMOS
_________ POR
_
EDUARDO
ABÍLIO
DA
SILVA
_
EDIÇÃO
DO
AUTOR
_
LISBOA
-1976
_
A
ESTRUTURA
DO
COSMOS
_
Vamos
analisar
um
bocado
do
Espaço
infinito
com
o
volume
de
milhares
cúbicos
de
anos-luz,
cheio
de
matéria-energia
(mais
matéria
que
energia)
formada
por
biliões
de
mundos
mortos
como,
por
exemplo,
a
Lua.
_
Este
conjunto
está
a
uma
distância
de
milhões
ou
mesmo
biliões
de
anos-luz
de
qualquer
outro
conjunto
ou
galáxia.
Tem
dois
movimentos
principais.
Um
em
torno
de
um
eixo.
Outro
em
direcção
a
um
ponto
do
Espaço.
_
Toda
a
matéria
tende
a
juntar-se
num
centro
pela
Lei
da
Atracção
Universal.
Em
interdependência
com
a
atracção
existe
uma
pressão
na
matéria.
Dá-se,
portanto,
uma
contracção
da
matéria.
_
Os
átomos
que
constituem
essa
matéria
são,
em
grande
maioria,
átomos
estáveis
e
metais
pesados.
Essa
matéria
está,
na
sua
maior
quantidade
ou
até
mesmo
na
sua
totalidade,
no
estado
sólido.
_
A
temperatura
neste
conjunto
baixa
constantemente
e
aproxima-se
do
zero
absoluto.
Com
a
aproximação
da
temperatura
do
zero
absoluto
as
pressão
e
atracção
na
matéria,
mesmo
a
nível
atómico,
diminuem
e
tendem
também
para
zero.
_
Quando
a
temperatura
do
zero
absoluto
for
atingida
dar-se-á
uma
descontracção
da
matéria
com
uma
desagregação
da
estrutura
atómica.
As
partículas
dos
átomos,
sejam
de
que
átomos
forem,
separar-se-ão
e
ficarão
desagregadas
no
Espaço.
_
Portanto
toda
a
matéria,
que
era
formada
pelos
1
elementos
mais
variados
da
Tabela
Periódica
dos
Elementos
numa
miscelânea,
fica
transformada
num
conjunto
de
protões
e
electrões,
pois
até
os
neutrões
se
desagregarão.
_
É
também
provável
que
a
temperatura
do
zero
absoluto
seja
ultrapassada
(considero
isso
possível,
pois
admito
a
existência,
nesse
caso,
de
uma
pressão
negativa
ou
repulsão).
_
Se
a
temperatura
do
zero
absoluto
for
ultrapassada
dar-se-á
uma
repulsão
(pressão
negativa)
de
todas
as
partículas
atómicas
entre
si
e
a
desagregação
atómica
a
nível
nuclear
será
muito
mais
rápida
e
eficiente.
_
Mas,
com
ultrapassagem
ou
não
da
temperatura
do
zero
absoluto,
a
desagregação
atómica,
mesmo
a
nível
nuclear,
dar-se-á
sempre.
_
Com
esta
desagregação
dá-se
uma
expansão
da
matéria
no
Espaço
e
assim
o
volume
primitivo
da
matéria
aumentará
provavelmente
centenas
ou
mesmo
milhares
de
vezes.
_
A
separação
de
todas
as
partículas
atómicas
umas
das
outras
será
tanto
maior
quanto
mais
tempo
estiverem
expostas
a
temperaturas
iguais
ou
inferiores
ao
zero
absoluto.
_
Fica,
portanto,
uma
massa
gasosa
formada
por
protões
e
electrões.
_
Este
conjunto
de
matéria-energia
antes
da
desagregação
era
potencialmente
mais
matéria
que
energia.
Depois
da
desagregação
passou
a
ser
potencialmente
mais
energia
que
matéria.
_
Antes
da
desagregação
era
formado
por
átomos
numa
grande
maioria
estáveis
e
metais
pesados
que
constituíam
matéria
que
estava,
na
sua
maior
parte
ou
na
sua
totalidade,
no
estado
sólido.
Depois
da
desagregação
passou
a
ser
formado,
na
maior
parte
2
ou
até
na
sua
totalidade,
por
protões
e
electrões
num
estado
gasoso.
_
Este
conjunto
de
protões
e
electrões
continua
a
ter
dois
movimentos
principais.
Um
em
torno
de
um
eixo.
Outro
através
do
Espaço
infinito.
_
Continua
a
estar
a
uma
distância
de
milhões
ou
mesmo
biliões
de
anos-luz
de
qualquer
outro
conjunto
ou
galáxia.
_
Todas
estas
transformações
são
muito
lentas
e
levam
milhares
ou
milhões
ou
mesmo
biliões
de
séculos
a
processarem-se.
Mas
o
tempo
é
infinito
e
não
nos
interessa
considerá-lo.
Só
nos
interessa
ter
em
atenção
a
lentidão
e
harmonia
com
que
se
processam.
_
Ora
o
conjunto
de
protões
e
electrões
forma
uma
nuvem
gasosa
em
expansão
que,
como
já
disse,
potencialmente
tem
muita
energia.
_
Em
determinado
momento,
por
qualquer
circunstância
(talvez
até
pela
ultrapassagem
da
temperatura
do
zero
absoluto
e
repulsão
entre
as
partículas
atómicas
da
matéria
desagregada),
surge
a
faísca
que
faz
explodir
a
nuvem
numa
eclosão
fantástica.
_
A
nuvem
fragmenta-se
em
biliões
de
pedaços
de
variados
tamanhos
que
são
projectados
em
todas
as
direcções,
formando
assim
estrelas
também
de
vários
tamanhos
e
potências.
_
As
estrelas
são
projectadas
segundo
uma
trajectória
mais
ou
menos
em
espiral
consoante
as
velocidades
dos
dois
movimentos
principais
que
tinha
a
nuvem
no
Espaço.
_
Esta
projecção
dá-se
a
uma
velocidade
fantástica,
fazendo
com
que
as
estrelas
se
afastem
umas
das
outras
em
todas
as
direcções
a
partir
do
centro
da
nuvem.
Digo
a
partir
do
centro
porque,
mesmo
que
a
faísca
que
originou
a
explosão
tivesse
sido
numa
ponta,
a
reacção
propagava-se
instantaneamente
a
3
toda
a
nuvem
e
com
certeza
seria
no
centro
que
atingiria
temperaturas
mais
elevadas
e
consequentemente
uma
reacção
mais
violenta.
_
Ora
não
nos
devemos
esquecer
de
que
a
atracção
da
matéria,
ou
antes,
dos
protões
e
electrões
da
nuvem
era
nula
ou
até
mesmo
negativa
(repulsão)
em
virtude
de
a
temperatura
estar
no
zero
absoluto
ou
mesmo
ser
menor.
_
Com
a
explosão
deu-se
uma
libertação
enorme
de
energia
e
a
temperatura
passou
de
repente
do
zero
absoluto
para
um
valor
fantástico.
_
Em
consequência
disso
também
a
atracção
entre
estas
estrelas
agora
formadas
e
entre
os
protões
e
os
electrões,
que
estava
no
zero,
passou
de
repente
para
um
valor
positivo
e
enorme.
_
Portanto
a
separação
e
o
afastamento
entre
as
estrelas,
originados
pela
explosão
primitiva
e
auxiliados
pelas
reacções
nucleares,
são
contrariados
ou
travados
pela
atracção
que,
como
disse,
passou
a
ter
um
valor
positivo
e
enorme.
_
Assim
todas
as
partículas
atómicas
que
formam
as
estrelas
tendem
a
unir-se
e
a
formar
átomos
e
a
enfraquecer
a
velocidade
de
separação
entre
as
estrelas,
pela
atracção.
_
O
valor
de
atracção
entre
todas
as
partículas
atómicas,
mais
concretamente
entre
electrões
e
protões,
que
era
negativo
ou
nulo,
passou
de
repente
para
um
valor
positivo
fantástico,
como
já
disse.
_
Assim
os
protões
atrairão
os
electrões
que
se
precipitarão
sobre
eles
a
uma
velocidade
louca,
pois
estavam
a
uma
distância
muito
grande
uns
dos
outros.
_
Vejamos
o
que
se
passa
com
as
partículas
atómicas.
_
Não
nos
devemos
esquecer
de
que
todas
as
partículas
atómicas,
embora
com
trajectórias
muito
4
variadas,
viajam
no
Espaço,
a
uma
velocidade
fantástica.
_
Ora
desta
maneira,
as
partículas
mais
pesadas,
portanto
os
protões,
devido
à
inércia
difícil
de
vencer
arrastarão
os
electrões
muito
mais
leves
que
eles
e
impor-lhes-ão
uma
trajectória
à
sua
volta.
_
Assim
serão
os
electrões
que
se
precipitarão
sobre
os
protões
e
não
o
contrário.
_
A
tendência
de
todas
as
partículas
atómicas
será
para
a
estabilidade
máxima
que
será
conseguida
quando
um
electrão
se
juntar
a
um
protão
formando
um
neutrão.
_
Vejamos
o
que
acontece
no
átomo
mais
simples,
o
prótio.
_
Se
o
protão
estivesse
parado
no
Espaço
dar-se-ia
uma
precipitação
do
electrão
sobre
o
protão
e
um
choque
tremendo
com
projecção
do
electrão
noutra
direcção
e
consequente
afastamento.
_
Voltaria
a
ser
atraído,
chocaria
de
novo
e
voltaria
a
afastar-se.
_
E
assim
sucessivamente
até
perder,
através
do
tempo
ou
por
qualquer
circunstância,
a
distância
de
afastamento
que
iria
diminuindo
constantemente
até
se
transformarem
num
neutrão.
_
Mas
o
protão
não
está
parado
e
não
está
sozinho.
Viaja
no
Espaço
a
uma
velocidade
fantástica
e
está
acompanhado
de
muitas
partículas
atómicas
em
constante
reacção.
_
Assim,
em
determinado
momento,
o
protão
atrai
o
electrão
para
um
ponto
do
Espaço
onde
já
não
está
no
momento
seguinte.
_
No
momento
seguinte
atrai
o
electrão
para
outro
ponto
do
Espaço
em
que
estava
mas
no
qual
deixa
de
estar
no
outro
momento
seguinte.
_
E
assim
sucessivamente.
5
_
Ora
temos
de
considerar
também
uma
certa
inércia
na
resposta
do
electrão
à
atracção
do
protão.
_
Se
não
houvesse
essa
inércia
e
a
resposta
fosse
instantânea,
o
electrão
chocaria
com
o
protão.
_
Assim
é
provável
que
não
choque.
_
Na
minha
opinião
o
choque
entre
os
protões
e
os
electrões
da
primeira
orbital
dá-se
sempre
e
é
esse
choque
que
produz
a
energia.
_
Consoante
for
a
distância
que
separa
um
electrão
do
seu
protão,
assim
será
a
violência
do
choque
e
a
consequente
produção
de
energia.
_
Entre
um
protão
e
um
electrão,
a
distância,
o
choque,
o
ressalto,
a
temperatura
e
a
energia
produzidas
são
directamente
proporcionais,
embora
sejam
variáveis,
isto
é,
poderem
variar
de
momento
a
momento
com
o
tempo
ou
por
qualquer
outra
circunstância.
_
De
qualquer
forma,
chocando
ou
não,
o
electrão
percorre
uma
orbital
em
torno
do
protão
e
cria
um
campo
de
energia.
_
Também
não
é
obrigatório
que
seja
sempre
o
mesmo
electrão
para
o
mesmo
protão.
_
Pode,
por
assim
dizer,
dar-se
uma
troca
de
electrões
na
orbital.
_
E
também
pode
acontecer
em
determinado
conjunto
de
partículas
atómicas
haver
mais
electrões
que
protões
ou
vice-versa.
_
O
que
tenderá
a
dar-se
é
um
equilíbrio
entre
os
protões
e
os
electrões
de
forma
a
que
num
determinado
momento
cada
protão
tenha
um
electrão
em
orbital.
_
A
orbital
dum
átomo
tem
uma
energia
fantástica,
pois
um
electrão
é
um
bólide
em
movimento
e
evita
a
junção
dos
núcleos
dos
átomos
entre
si.
_
A
distância
entre
dois
electrões
nunca
poderá
ser
6
inferior
a
um
determinado
valor
de
repulsão
entre
eles.
_
A
estrutura
atómica
dum
átomo
de
prótio
só
poderá
ser
desfeita
por
fusão
nuclear
ou
por
introdução
de
um
neutrão
que
no
fundo
também
é
uma
fusão
nuclear
talvez
menos
violenta.
_
A
distância
entre
dois
protões
também
nunca
poderá
ser
inferior
a
um
determinado
valor
de
repulsão
entre
eles.
_
Evidentemente
esta
distância
poderá
ser
diferente
da
dos
electrões,
pois
a
massa
destas
duas
espécies
de
partículas
atómicas,
electrões
e
protões,
também
é
muito
diferente.
_
Em
contrapartida
os
neutrões
podem
andar
livremente
entre
os
protões,
os
electrões
e
eles
próprios
sem
necessidade
de
manterem
qualquer
distância
mínima.
_
Poderão
também
chocar
quer
com
os
electrões,
quer
com
os
protões,
quer
mesmo
com
os
próprios
neutrões.
_
Portanto
são
uns
desgraçadinhos
que,
quando
sozinhos
no
Espaço,
estão
a
levar
pancada
por
todos
os
lados
com
prejuízo
para
a
sua
estabilidade
e
só
ficarão
descansados
quando
aprisionados
num
núcleo
(talvez
protegidos
pelos
protões).
_
Nos
átomos
que
têm
mais
de
um
protão
no
núcleo,
os
protões
distribuem-se
numa
rede
tridimensional
de
malha
igual
no
núcleo,
envolvidos
por
outra
rede
tridimensional
de
malha
igual
de
electrões.
Estas
duas
redes
evidentemente
não
têm
necessidade
de
terem
malhas
iguais
entre
si.
_
Estas
redes
até
devem
ser
diferentes.
Talvez
maior
a
dos
electrões,
pois,
embora
a
carga
eléctrica
seja
igual
entre
protões
e
de
sinal
contrário
à
dos
electrões,
os
protões
têm
uma
massa
muito
maior
e
7
a
repulsão
entre
eles
é
contrariada
pela
atracção
das
suas
massas.
_
Os
neutrões
não
obedecem
a
nenhuma
obrigação
de
rede
tridimensional,
mas
podem
ser
aprisionados
no
núcleo,
talvez
pelo
choque
dos
electrões.
_
Não
têm
também
necessidade
de
manterem
qualquer
distância
entre
protões,
electrões
e
eles
próprios,
como
já
disse.
_
A
distância
entre
electrões
e
protões
varia
com
a
temperatura,
variando
também
a
distância
das
malhas
das
redes
tridimensionais
respectivas.
_
Quando
um
electrão
se
aproxima
de
um
protão,
por
enfraquecimento
da
energia
que
os
separa
ou
por
qualquer
outro
motivo,
vai
diminuindo
o
poder
magnético
de
ambos
até
atingir
o
zero
com
o
encontro
de
ambos.
_
Assim
também
a
força
de
repulsão
de
ambos
vai
enfraquecendo
até
atingir
o
zero
quando
se
transformam
em
neutrão.
_
Nos
átomos
com
mais
de
uma
orbital,
cada
orbital
é
um
campo
de
energia,
pois
os
electrões
que
a
formam
tendem
a
precipitar-se
no
núcleo
e
acompanham
os
movimentos
dos
electrões
da
primeira
orbital
não
podendo
ir
mais
além
por
causa
da
repulsão
entre
todos.
_
Formam
assim,
como
já
disse,
uma
rede
tridimensional
em
movimento
tanto
mais
violento
quanto
maior
for
a
distância
entre
o
núcleo
de
protões
e
a
rede
de
electrões.
_
Vejamos
agora
o
que
se
passa
com
as
estrelas.
Uma
estrela
quando
se
forma
não
é
mais
que
um
fragmento
em
fogo
da
nuvem
gasosa
que
lhe
deu
origem.
_
É
uma
esfera
de
fogo
constituída
por
protões
e
electrões
que
iniciaram
uma
cadeia
de
reacções
nucleares,
pois
como
já
disse,
o
valor
da
atracção
8
entre
todas
as
partículas
atómicas
que
era
negativo
ou
nulo,
passou
de
repente
para
um
valor
positivo
fantástico
e
assim
os
protões
atrairão
os
electrões
que
se
precipitarão
sobre
eles
a
uma
velocidade
louca,
pois
estavam
a
uma
distância
muito
grande
uns
dos
outros.
_
Estas
reacções
nucleares
sucedem-se
por
uma
determinada
ordem.
_
Assim,
primeiro
forma-se
o
hidrogénio.
A
seguir
por
fusão
nuclear
forma-se
o
hélio.
Depois
o
lítio,
o
berílio,
o
boro,
o
carbono,
etc.,
numa
geração
sucessiva
dos
elementos
da
Tabela
Periódica
dos
Elementos,
passando,
como
é
óbvio,
por
todos
os
átomos
diferentes
do
mesmo
elemento,
como
por
exemplo,
no
caso
do
hidrogénio,
o
prótio,
o
deutério,
o
trítio.
_
Evidentemente
não
se
dá
uma
transformação
ordenada
e
completa
do
hidrogénio
em
hélio,
do
hélio
em
lítio
e
assim
sucessivamente,
mas
sim
um
amálgama
simultâneo
dos
elementos
atómicos
que
forem
sendo
gerados
com
fusões
e
fissões
nucleares.
_
Assim
continuará
a
haver
fusões
de
hidrogénio
simultâneas
com
fissões
de
átomos
mais
pesados.
_
Provavelmente
os
átomos
mais
pesados,
em
virtude
da
atracção
da
matéria,
tenderão
a
ir
para
o
núcleo
da
estrela.
_
Haverá
portanto
um
predomínio
de
fissões
nucleares
no
centro
da
estrela
e
um
predomínio
de
fusões
nucleares
na
sua
superfície.
_
Na
superfície
da
estrela
gerar-se-ão
átomos
pesados
que
irão
para
o
centro.
No
centro
gerar-se-ão
átomos
leves
que
irão
para
a
superfície.
_
A
estrela
projecta
constantemente
no
Espaço
uma
enorme
quantidade
de
matéria-energia,
sendo
mais
energia
que
matéria.
_
A
sua
trajectória
no
Espaço,
embora
tenha
sido
projectada
mais
ou
menos
em
espiral,
aproxima-se
9
muito
da
linha
recta,
pois
essa
espiral
é
uma
espiral
muito
aberta.
_
Com
o
tempo
e
a
projecção
no
Espaço
de
matéria-energia,
as
reacções
nucleares
vão
enfraquecendo,
enfraquecendo
assim
a
potência
da
estrela.
_
A
pouco
e
pouco
a
superfície
da
estrela
vai
arrefecendo
até
se
extinguirem
as
reacções
nucleares
nessa
superfície.
_
A
extinção
das
reacções
nucleares
dá-se
num
ponto
da
superfície
da
estrela
e
aumenta
lenta
e
progressivamente
até
chegar
a
um
hemisfério
e
continuando
até
cobrir
a
superfície
toda.
_
Esta
extinção
lenta
e
progressiva
faz
variar
a
trajectória
da
estrela
que
passa
progressivamente
a
parabólica.
_
A
estrela
vai-se
transformando
progressivamente
num
cometa.
Quando
estiver
um
hemisfério
da
estrela
sem
reacções
nucleares
e
outro
hemisfério
com
reacções
nucleares
temos
um
foguetão
espacial.
_
O
cometa
lentamente
fabricado
precipita-se
para
a
estrela
de
que
sofrer
maior
atracção.
_
Progressivamente
também
transforma-se
em
planeta
primário,
passando
a
sua
trajectória
pouco
a
pouco
a
elíptica.
_
O
que
atrás
disse
passar-se
com
os
átomos,
com
mais
propriedade
se
passa
na
atracção
dos
cometas
e
planetas
por
uma
estrela.
Assim
em
determinado
momento
a
estrela
atrai
para
um
ponto
do
Espaço
onde
já
não
está
no
momento
seguinte.
E
assim
sucessivamente
de
momento
a
momento.
_
O
núcleo
do
planeta
primário
continua
com
reacções
nucleares
e
é
envolvido
por
uma
crosta
que
vai
arrefecendo
progressivamente
até
solidificar.
_
Depois
da
crosta
superficial
solidificada,
é
natural
que
o
núcleo
continue
a
arrefecer
e
a
10
separar-se
da
crosta,
dando
uma
estrela
interior.
Esta
estrela
interior
continuará
sempre
a
arrefecer
até
se
extinguir.
_
Se
a
estrela
for
muito
grande
poder-se-ão
formar
crostas
sucessivas.
_
Uma
estrela
mais
potente
ficará
com
vários
planetas
primários
que
continuarão
a
arrefecer
e
tenderão
a
despenhar-se
na
estrela
até
à
extinção
desta.
_
Com
a
extinção
desta
estrela
potente
o
conjunto
será
atraído
por
outra
estrela
ainda
mais
potente
e
os
planetas
primários
ficarão
a
ser
satélites
ou
planetas
secundários
daquela
estrela
agora
transformada
em
planeta
primário
duma
estrela
ainda
mais
potente
(transformação
essa
que
passa
primeiro
por
cometa).
_
E
assim
sucessivamente
de
uma
estrela
a
outra
estrela
cada
vez
mais
potente.
_
A
trajectória
dum
planeta
primário
é
elíptica
e
passa
progressivamente
a
circular,
com
a
passagem
de
planeta
primário
a
planeta
secundário.
_
Assim
como
as
partículas
atómicas
tendem
a
juntar-se
pela
atracção
e
perda
de
energia
entre
protões
e
electrões
formando
neutrões,
também
as
estrelas
resultantes
da
explosão
da
nuvem
gasosa
primitiva,
por
perda
de
energia
e
pela
Lei
da
Atracção
Universal,
tendem
a
juntar-se
e
a
transformar-se
em
planetas
secundários,
numa
sucessão
contínua
que
começa
na
estrela
mais
fraca
e
acaba
na
estrela
mais
potente.
_
Estes
mundos
mortos
juntar-se-ão
num
bocado
do
Espaço
infinito
e
este
ciclo
repetir-se-á
eternamente
neste
e
num
número
infinito
de
bocados
do
Espaço
infinito.
_
Vamos
agora
ver
o
que
acontece
nos
planetas
primários.
_
Um
planeta
primário
é
formado
por
elementos
11
variados
da
Escala
Periódica
dos
Elementos
que
procuram
uma
estabilidade
máxima
agregando-se
uns
aos
outros.
_
A
sua
crosta
e
o
seu
núcleo
vão
arrefecendo
progressivamente.
_
Tem
uma
atmosfera
formada
por
variados
gases.
Também
projecta
no
espaço
matéria-energia,
mais
matéria
que
energia,
quase
toda
proveniente
da
sua
atmosfera.
_
Com
o
arrefecimento,
que
se
processa
duma
forma
bastante
lenta,
originam-se
condições
propícias
ao
aparecimento
da
Vida.
_
A
Vida
aparece
provavelmente
na
atmosfera
por
descargas
eléctricas.
Aparece
simultaneamente
em
grandes
conjuntos
e
vai-se
depositando
na
superfície
do
planeta.
_
Entretanto
através
do
tempo,
a
temperatura
baixa,
a
atmosfera
modifica-se
e
também
se
vai
perdendo
no
Espaço,
pelo
que
a
pressão
por
ela
exercida
sobre
a
superfície
vai
diminuindo.
_
A
vida
agrupa-se
em
seres
cada
vez
mais
complexos,
formados
por
conjuntos
de
outros
seres
mais
simples,
numa
arquitectura
fantástica,
chegando
a
haver
seres
formados
por
biliões
de
outros
seres
rudimentares.
_
Evolui
em
mutações
constantes.
_
As
mutações
dão-se
por
grupos,
ficando
sempre
parte
desses
grupos
por
mutar.
_
Complica-se
numa
variedade
fantástica
de
ramos
ao
acaso,
embora
coordenados
por
uma
inteligência
e
tende
para
a
realização
de
um
ser
perfeitíssimo.
_
Esta
evolução
começa
por
seres
pouco
diferenciados
da
matéria
inorgânica,
passa
por
plantas
e
animais
numa
variedade
enorme,
macacos,
Raça
Negra,
outras
Raças,
Super-Homens,
até
atingir
um
Ser
ideal
e
perfeito.
12
_
O
aparecimento
da
Vida
numa
forma
primitiva
e
rudimentar
continua
sempre
a
processar-se,
mesmo
quando
já
existem
seres
muito
complexos.
_
Desta
maneira
começam
a
surgir
várias
cadeias
de
vidas
mescladas
umas
com
as
outras
e
unidas
num
conjunto
harmonioso
com
benefício
para
todas.
_
A
Vida
vai
evoluindo
numa
adaptação
constante
às
variações
do
ambiente.
_
A
forma
e
estrutura
dum
ser
ficam
registadas
na
matéria,
mas
tem
de
haver
uma
inteligência
organizadora
e
controladora
da
vida
dessa
estrutura
e
criadora
de
mutações,
que
fique
gravada
em
qualquer
suporte
fora
da
matéria
para
poder
sobreviver
a
todos
os
cataclismos
que
estão
constantemente
a
surgir
e
que
contenha
também
toda
a
informação
recolhida
através
da
experiência
para
uma
boa
compreensão
de
todos
os
problemas
que
surgem
na
realização
de
um
Ser
perfeito
e
ideal.
_
Assim,
entre
o
nada
e
a
matéria,
espalhada
de
uma
forma
contínua
por
todo
o
Espaço
infinito,
existe
uma
coisa
que
se
interpenetra
a
si
própria
e
interpenetra
a
matéria.
Chamemos-lhe
Éter.
_
O
Éter
serve
de
suporte
a
um
infinito
número
de
gravações
que
vão
sendo
feitas
pelos
seres
mortais
e
mutáveis
num
número
infinito
de
pontos
do
mesmo.
_
Cada
ser
está
portanto
ligado
por
um
ponto
da
sua
matéria
a
um
ponto
do
éter
onde
regista
toda
a
sua
vida.
_
Esses
dois
pontos
estão
ligados
por
sobreposição
ou
por
qualquer
cordão.
_
Quando
o
ser
morre
dá-se
a
ruptura
entre
estes
dois
pontos
e,
seja
qual
for
a
morte
de
que
o
ser
morra,
mesmo
por
fusão
ou
fissão
nuclear,
dar-se-á
essa
ruptura
e
o
registo
fica
intacto,
podendo
ser
continuado
por
outro
ser
que
nasça.
13
_
Note-se
que
num
ser
complexo,
como
o
Homem,
por
exemplo,
formado
por
biliões
de
outros
seres
em
perfeita
harmonia,
há
uma
ligação
a
um
registo
principal
que
coordena
o
correcto
desenvolvimento
da
vida
do
ser
e
também
há
biliões
de
ligações
a
outros
registos
em
correspondência
com
todos
os
seres
que
fazem
parte
do
indivíduo.
_
Estes
registos
são
Almas
Viventes
(Espíritos
encorporados)
e
Espíritos.
_
Estes
Espíritos
(encorporados
ou
desencorporados)
sempre
existiram,
pelo
menos
em
potência,
no
Espaço
infinito
e
sempre
hão-de
existir.
_
Começaram
evidentemente
num
estado
virgem
e
passaram
por
fases
sucessivas
de
gravações.
_
Assim
principiaram
numa
fase
irracional
e
passaram
sucessivamente
a
fases
semi-racionais,
racionais,
super-racionais,
até
atingirem
a
Suprema
Perfeição,
numa
recolha
constante
e
numa
constante
acumulação
de
informações.
A
certa
altura
confundem-se
com
o
indivíduo.
_
A
Vida
num
planeta
aparece
em
grupos.
Esses
grupos
crescem
e
propagam-se
pelo
planeta.
Estendem-se
por
outros
ambientes
e
sofrem
mutações
dando
origem
a
novos
grupos
ou
espécies.
_
Estes
novos
grupos
crescem
e
expandem-se
pelo
planeta
e
sofrem
mutações
originando
novas
espécies.
_
E
assim
sucessivamente
numa
miscelânea
de
espécies.
_
Quando
se
dá
uma
catástrofe
os
seres
sobreviventes
adaptam-se
às
novas
condições
que
porventura
surjam
e
vão
dando
continuidade
a
um
conjunto
de
espécies.
_
Como
já
disse,
a
temperatura,
a
atmosfera,
a
pressão
superficial
e
outras
condições
dum
planeta
vão-se
modificando,
continuamente.
14
_
A
atmosfera
também
se
vai
perdendo
na
sua
trajectória
através
do
Espaço.
Esta
trajectória
também
se
vai
modificando.
_
Todas
estas
modificações
processam-se
muito
lenta
e
ordenadamente.
_
Toda
a
Vida
existente
no
planeta
vai
acompanhando
estas
modificações
e
adaptando-se
passo
a
passo,
com
mutações,
às
novas
condições
surgidas.
_
Estas
mutações
são
muito
lentas
e
os
seres
modificam-se
progressivamente,
muitas
vezes
por
atrofia
de
certos
órgãos
que
vão
sendo
desnecessários
e
desenvolvimento
de
outros.
_
A
atmosfera,
como
se
vai
perdendo,
tende
cada
vez
mais
para
zero.
_
Os
líquidos
vão-se
evaporando,
fazendo
assim
parte
da
atmosfera
e
consequentemente
também
se
vão
perdendo.
_
A
Vida
vai
progressivamente
tendo
mais
dificuldade
em
subsistir
e
acaba
por
desaparecer.
Começa
com
o
fogo
e
uma
atmosfera
enorme,
atinge
um
auge
e
acaba
com
o
frio
e
uma
falta
de
atmosfera.
_
O
planeta
transforma-se,
a
pouco
e
pouco,
num
planeta
morto
e
estéril.
_
A
evolução
da
Vida,
em
todos
os
planetas,
passa,
com
]ligeiras
variações,
pelas
mesmas
fases.
_
Portanto
o
ciclo
da
vida
que
se
processa
num
planeta
é,
com
ligeiras
variações,
igual
em
todos
os
outros.
_
No
entanto
esses
ciclos
são
tanto
mais
amplos
e
perfeitos
quanto
maior
e
mais
potente
for
a
estrela
do
sistema
e
quanto
maior
for
o
planeta.
_
Cada
sistema
estelar
é
como
um
átomo
e
uma
galáxia
é
como
um
bocado
de
matéria
formada
por
esses
átomos
que
se
vão
transformando
através
do
tempo
em
átomos
cada
vez
mais
pesados.
_
A
vida
duma
galáxia,
desde
a
explosão
da
nuvem
15
gasosa
primitiva
em
miríades
de
estrelas,
até
à
junção
dos
planetas
mortos
e
a
sua
transformação
outra
vez
em
nuvem
gasosa,
é
um
ciclo
que,
como
já
frisei,
se
repete
eternamente
numa
infinidade
de
bocados
do
Espaço
infinito,
em
momentos
coincidentes
ou
não
do
Tempo
também
infinito.
_
20
de
Setembro
de
1975
_
Estes
assuntos
são
muito
complexos
e
difíceis
de
perceber.
Mas
pensem
bem
no
seguinte:
_
Não
tentem
compreender
Deus
sem
compreenderem
o
Universo.
_
O
Tempo
é
infinito
no
Passado
e
no
Futuro.
_
O
Espaço
é
infinito
em
todas
as
direcção
e
não
pode
deixar
de
sê-lo.
_
A
Matéria-Energia
e
os
Espíritos
sempre
existiram
e
sempre
hão-de
existir
dentro
do
Espaço
e
até
talvez,
na
mesma
quantidade.
_
Em
tudo
isto
nunca
houve
Princípio
nem
nunca
haverá
Fim.
_
E
o
nosso
Espírito
é
eterno.
______
Eduardo
Abílio
da
Silva
__________PORTUGAL
_
TIPOGRAFIA
DE
NARCISO
CORREIA
_
LISBOA
_ MOVIMENTO E TRAJECTÓRIA DOS ASTROS
_
Uma
Estreia
tem
origem
numa
explosão.
É
projectada
a
uma
velocidade
fantástica
e
constante.
A
sua
trajectória
aproxima-se
muito
duma
linha
recta.
Produzem-se
constantemente
reacções
nucleares
em
todas
as
direcções
que
se
equilibram
e
não
dão
qualquer
variação
de
velocidade.
No
entanto,
a
Estrela
começa
a
ser
atraída
para
um
ponto
(provavelmente
por
uma
Estrela
maior).
A
sua
trajectória
tende
para
hiperbólica
e
o
seu
movimento
tende
para
uniformemente
acelerado.
_
A
Estrela
a
pouco
e
pouco
vai-se
extinguindo
e
transformando
num
Cometa.
Vai
adquirindo
uma
aceleração
própria
originada
pelas
reacções
nucleares
opostas
à
superfície
extinta.
A
aceleração
aumenta
lentamente,
atinge
um
auge
e
diminui
também
lentamente,
pois
passa
a
ser
proveniente
da
atracção
que
sofre
e
das
reacções
nucleares
desequilibradas
que
produz.
A
trajectória
do
Cometa
assim
lentamente
formado
tende
para
parabólica
e
o
seu
movimento
tende
para
uniformemente
variado.
No
ramo
da
parábola
que
descreve
quando
se
aproxima
do
ponto
de
atracção
tem
um
movimento
uniformemente
acelerado.
No
outro
ramo
tem
um
movimento
uniformemente
retardado.
_
Quando
o
Cometa
se
transforma
em
Planeta
deixa
de
ter
aceleração
própria.
Assim,
o
Planeta
passa
a
ter
uma
trajectória
elíptica
que
tende
para
circular
e
um
movimento
uniformemente
variado
que
tende
para
uniforme.
Quando
descreve
a
semi-elipse
que
o
aproxima
do
ponto
de
atracção
tem
um
movimento
uniformemente
acelerado.
Quando
descreve
a
outra
tem
um
movimento
uniformemente
retardado.
Quando
passa
a
descrever
uma
circunferência
(talvez
já
como
Planeta
Secundário)
tem
um
movimento
que
tende
para
uniforme.
. . . . . . . . . . . . .
( Extraído de um livro )