............................. O diabo... e deus

 

 

Introdução

 

O assunto versado é um assunto de ficção filosófica.

Todas as referências a tempo, espaço, lugares e quaisquer outros assuntos estão referenciados à Terra meramente por analogia e para uma fácil compreensão do leitor.

Não são mais do que pura ficção filosófica e qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência.

Há referências entre aspas tiradas de quaisquer livros que o autor tenha lido, pedindo desculpa se não vierem traduzidos textualmente, o que pode acontecer por lapso ou necessidade.

Os personagens conversam entre si numa linguagem telepática que é transmitida instantaneamente, embora no texto possa levar páginas de leitura.

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Os personagens são identificados por:

A - amigo

C - cristo

D - deus e/ou o diabo

N - notas do autor

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A acção passa-se num planeta imaginário e qualquer semelhança com a Terra serve unicamente para uma melhor compreensão do leitor.

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N - O autor pretende criar uma nova forma de ficção: A ficção filosófica.

Vamos ver se consegue explicar.

Até agora existe a ficção científica que também mete muitos problemas filosóficos.

Pretende-se agora introduzir uma ficção que possa tratar quaisquer problemas, mesmo sem serem científicos. Que possa questionar o inquestionável. Que possa pôr em dúvida o indubitável. Que possa...

Portanto, tudo o que for dito neste género de ficção é puramente imaginário, podendo até propor problemas irreais.

Insere-se também na ficção científica, mas não tratará exclusivamente de problemas ligados com a ciência. Tratará problemas de qualquer tipo.

O autor pretende fazer um esboço de um romance neste tipo de ficção. Possivelmente nem chegará a fazer uma simples historieta.

Não obstante, deixa a ideia ao critério de quem a quiser aprofundar.

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C - Estou muito inseguro no empreendimento em que me lancei, pois todos nós sabemos que não deveríamos interferir na mente destes nossos desgraçados irmãos.

D - A responsabilidade será só tua, embora com o meu apoio, pois todos estamos interessados nesse empreendimento, mas também sabemos que não devemos interferir. Não te esqueças de que vais fazer sofrer muito mais do que se tudo se passasse naturalmente. Embora queiramos fazer deuses rapidamente, deveríamos deixar isso ao critério da Natureza que actua cegamente, mas que dá sempre tempo ao tempo. A Natureza é uma coisa irracional que fabrica deuses imortais. Se fosse racional, mesmo que fabricasse deuses racionais, não seriam, talvez, deuses eternos imortais.

N - D não deve ser adorado nem temido. Para ser compreendido, deve ser discutido.

A - Perde um pouco os teus escrúpulos e verás que no fim tudo vale a pena. Da última vez que eu fiz isso quase descobrimos um novo tipo de deuses e estava tudo programado para cerca de três mil anos. Desta vez a programação está feita para cerca de dois mil anos.

C - Dizes bem. Mas é isso que me aflige. Não vês que o meu sofrimento não se limitará a uma semana ou duas, mas sim a muitos milhares de anos. Muita coisa vai falhar e a responsabilidade será exclusivamente minha.

«Não vim trazer a paz à terra, mas sim a espada;»

«Mas antes divisão, separação, dissensão.»

«E, assim, os inimigos do homem serão os seus familiares.»

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C - Decidiste a minha hesitação. Com um beijo me entregas ao martírio em que eu me lancei. Vou deixar de ser anticristo. Venceste. Seja feito o que premeditámos.

A - Cumpre a tua tarefa. Quando a terminares, irei ter contigo para te ajudar.